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Foto: Pedro Piegas (Diário)/
Há mais de 20 dias, dona Floripes Lopes de Andrades, 85 anos, aguarda para a realização de um procedimento cirúrgico de traumatologia. A idosa fraturou o fêmur esquerdo no dia 14 de julho, em casa, após tropeçar e cair no chão. No mesmo dia, ela foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24h, onde foi atendida.
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Ocorre que, mesmo com recomendação médica para realizar a colocação de uma prótese, ela ainda não fez a cirurgia. Depois de uma semana aguardando por leito na rede pública, ela foi transferida para o Hospital Casa de Saúde, onde está internada desde então.
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- Ela foi para a emergência, ficou lá sozinha, porque não podia ficar acompanhante. Daí no dia 18 nós entramos com uma ação judicial e no dia 21 ela foi transferida para a Casa de Saúde. Mas a cirurgia que ela precisa não é feita ali. Nos disseram que ela estava na fila para fazer a cirurgia, mas que não tinha previsão - comenta a filha, Jocenara da Silva, 48 anos.
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Como a Casa de Saúde não possui uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) - que pode ser necessária para a recuperação da paciente - e não dispõe da prótese, o procedimento não pode ser realizado na instituição. A assessoria da Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), que gere a Casa de Saúde, informou que a instituição não está contratualizada com o Estado para realizar esse tipo de procedimento, mas que faz, em média, 50 cirurgias eletivas por mês de traumatologia de outros tipos.
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Na região, o hospital referência em traumatologia é o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). No entanto, a única mesa ortopédica do Husm, que é usada em alguns tipos de cirurgia de fratura de fêmur, está estragada.
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De acordo com o advogado Thomaz Gonçalves de Almeida, que representa a família no processo, o juiz responsável pelo caso solicitou ao Husm e à 4ªCRS que se manifestassem sobre a impossibilidade de transferência para realização da cirurgia.
Na quarta-feira, o Husm informou que o equipamento foi para conserto, em Porto Alegre. Por e-mail, o hospital respondeu que, enquanto isso, a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS) foi acionada para buscar algum serviço do Estado que pudesse ceder, temporariamente, mesa semelhante para que os procedimentos cirúrgicos não fossem interrompidos.
Na segunda-feira, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia informado que a Central de Regulação do Estado compartilhou a necessidade de leito com outros hospitais. Na quarta, a 4ª CRS esteve reunida com outro hospital para ver a possibilidade de empréstimo do equipamento para que as cirurgias pudessem ser retomadas.
- A gente quer que o problema seja resolvido logo. A mãe acorda com dor de madrugada, está tomando diversos medicamentos enquanto isso - lamenta Jocenara.
SOLUÇÃO
No entanto, na quinta-feira, a empresa que estava com a mesa para conserto informou que não seria possível realizar o reparo do equipamento por falta de peças para reposição. Como alternativa, um sistema manual para movimentar a mesa será adaptado.
- Nós nos reunimos com o engenheiro químico da empresa que presta serviço para nós, junto com os médicos, e eles vão ajustar manualmente o controle de movimentos da mesa. Eles vão adaptar um sistema manual para fazer movimentos para, assim, podermos voltar a fazer as cirurgias. Uma outra medida que a gente tomou foi pedir a compra de uma segunda mesa desse tipo para o hospital - justifica Soeli Guerra, gerente de Atenção à Saúde do Husm.
A mesa ortopédica deve voltar ao hospital nos próximos dias. Enquanto o problema não é resolvido, o Hospital de Caridade de Santiago fará os procedimentos para os pacientes da região.
- Essa foi a única forma que achamos para resolver, já que alguns pacientes estão aguardando e precisam dessa mesa. Nós combinados que Santiago fará esses procedimentos que exigem esse equipamento e nós fazemos outros procedimentos que por ventura eles necessitem. Nós fizemos essa troca, enquanto o engenheiro faz a adaptação para movimentar manualmente a mesa - explica Soeli.